quinta-feira, 8 de maio de 2008

Computação nas nuvens? Idéia do Google. Que tal implantar na UFS?

Na última década, Mountain View se tornou uma das principais cidades do famoso Vale do Silício, na Califórnia. Lá fica o Googleplex, o conjunto de prédios montado para reproduzir o ambiente de uma universidade, mas é o quartel-general de uma empresa-símbolo do século XXI.
E nesse campus, mais do que nunca, os engenheiros do Google andam com a cabeça bem acima das montanhas. Eles agora vivem nas nuvens e estão decididos a nos levar com eles.
A computação nas nuvens é um conceito e é o futuro. Na sua casa, só um teclado e um monitor ou qualquer aparelho parecido. O computador será apenas um chip ligado na internet a grande nuvem de computadores.
As fotos da família, os vídeos, a planilha com as contas da empresa, os textos, tudo pairando sobre nós. Você acessa seus dados de qualquer computador, em qualquer lugar.
E os programas também ficam nas nuvens. Como um trovão, você recebe em sua tela o processador de textos, o editor de fotografias e o software que bem entender.
Se tudo acontecer como imaginam os engenheiros do Google e de outras empresas que apostam na computação nas nuvens, num futuro próximo os computadores poderão ser muito mais baratos e usarão programas oferecidos muitas vezes de graça, pela internet. Seria a definitivo ingresso das camadas mais pobres da população no mundo digital.
"Eu diria que o computador do futuro é a internet. Hoje, se você tem um problema no computador, está tudo perdido, é terrível. Mas, com a computação nas nuvens, não importa se você usa o celular, o computador ou qualquer outro aparelho, tudo estará guardado na internet", acredita o presidente do Google, Eric Schmidt.
Com a informação na internet, os computadores vão precisar de menos capacidade, podem ser reduzidos a uma configuração mínima e tendem a ficar muito mais baratos. "A computação nas nuvens é a maneira mais simples e barata de se ter acesso à internet. Pessoas com pouco dinheiro hoje não têm acesso a computadores e nós poderemos oferecer esse acesso", diz Schmidt .
Essa é a primeira entrevista de Eric Schmidt, o presidente do Google, a uma TV da América Latina. Quem ouve, até pensa que o executivo está fazendo filantropia. Mas, não se engane, ele sempre fala de negócios. E está de olho em competidores gigantes, como a Microsoft.
Se Schmidt e os engenheiros do Google estiverem certos sobre o futuro dos computadores, empresas mais tradicionais vão enfrentar dificuldades. Por isso a Microsoft tentou tanto comprar o portal Yahoo. Seria um jeito de trazer para o lado deles gente talentosa e produtos que já deram certo na internet, uma área em que a empresa de Bill Gates não teve o sucesso esperado.
"Não, eu não tenho pesadelo com Bill Gates. Eles é que estão lutando contra nós", diz o presidente do Google. “Tentamos não brigar com a Microsoft porque se você olhar pra história, as empresas que brigaram acabaram se dando mal justamente por terem gasto energia para enfrentar a Microsoft".
Quando questionado se pretendia entrar na briga pelo Yahoo, Eric Schmidt disse apenas que comprar gigantes não está nos planos. "Preferimos comprar pequenas idéias e integrá-las ao Google".
Como no velho joguinho Pacman, enquanto desvia dos fantasminhas da concorrência, o Google compra empresas com a mesma freqüência com que nós vamos ao supermercado, em média, uma por semana.
A última grande aquisição custou o equivalente a cinco bilhões de reais. Foi o site “Doubleclick”, para ampliar as vendas de publicidade, o que, por enquanto, é a maior fonte de renda do Google. Mas o sonho de quem inventou a ferramenta de busca mais poderosa da internet é continuar sendo o berço das inovações.
Por isso, os funcionários dedicam 20% do tempo de trabalho para projetos pessoais. A empresa paga para eles inventarem o que bem entenderem. Foi assim que nasceram, por exemplo, o Gmail e o Orkut. “A gente tem a sensação que a nossa pequena contribuição de formiguinha afeta tanta gente. É uma responsabilidade grande, é excitante esse processo e muito legal ”, diz a brasileira que trabalha com atendimento ao usuário, Keila Ribeiro.
“Eu estou fazendo produtos que ajudam as pessoas e tem impactos positivos na vida das pessoas”, conta o engenheiro brasileiro Kristian Magnani.
Mas a pergunta agora é por quanto tempo as coisas vão continuar desse jeito? Será que o passado ajuda a responder? Quando a empresa era pequena, ele era conhecido como Craig, o padeiro. Duas vezes ao dia, na cozinha do escritório, trocava o computador pela farinha. "Eu preparo o pão e saio oferecendo aos colegas", dizia Craig.
Em outubro de 2000, Craig já era o diretor de tecnologia de uma empresa com apenas 200 funcionários. Ele era um jovem sonhador, de classe média, em seu primeiro emprego. Oito anos depois, Craig Silverstein, de barba e com muito menos cabelo, servido por incontáveis padeiros, é um discreto milionário no bandejão da empresa.
O diretor deixou de ser o padeiro das horas vagas, mas não mudou o jeito de engenheiro sonhador. "O que é importante para mim é a tecnologia, as idéias. Encorajamos as pessoas a continuar fazendo coisas novas aqui dentro".
Assim os engenheiros que vivem ao pé das montanhas do Vale do Silício, com as mãos no teclado e a cabeça nas nuvens, se mantêm no limite da inovação tecnológica. E mesmo quando trocam os computadores pela bicicleta ou pela a descontraída sinuca, jamais esquecem que a missão de todos é inventar o futuro.
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM824406-7823-GOOGLE+PREPARA+HOJE+O+FUTURO+DA+INFORMATICA,00.html
http://jg.globo.com/JGlobo/0,19125,VTJ0-2742-20080506-321489,00.html

3 comentários:

Rogério P C do Nascimento, PhD disse...

excelente ideia! é extamente este tipo de inovação que devemos sugerir no nosso PETIC..

Mas voces acham que seria viável com nossa largura de banda atual? quais outros requisitos deveriam ser atendidos? formação, por exemplo?

Cheers,

R

danilo disse...

Eu vejo o lado positivo e o lado negativo da coisa.

Por um lado temos a redução de custos, pontos de acessos mais compactos (apenas mouse, teclado e monitor, por enquanto) e centralização de dados. Isso me parece bastante viável no ponto de vista de corporação, onde teríamos uma núvem de servidores que armazenariam os programas, dados e softwares, principalmente o de acesso com os perfis de cada usuário.

Por outro, no ponto de vista pessoal, eu acho que essa inclusão digital em massa geraria uma onda de ataques de crackers a dados pessoais caótica!

Imaginem vocês que volta e meia surgem notícias de fulanos que invadem algum sistema militar americano (algo que certamente possui um sistema de segurança invejável). Imagine o que aconteceria com o "Sistema de Computação nas Núvens X"... e os dados das pessoas e organizações que possivelmente estaria lá...

Como exemplo, eu tenho um amigo (do curso de computação daqui da UFS) que teve a senha do cartão do banco roubada. Ainda ligara pra agência, desbloquearam o negocinho de fazer compras internacionais (não entendo bem esses nomes bancários) e fizeram uma compra num site inglês.
Eu nunca tive minha senha roubada. Mas ele compra online, eu não.
E não adianta dizer pra as pessoas terem cuidado, porque essas coisas sempre existem.

Isso é uma coisa que, ao meu ver, deve ser vista com carinho e cuidado (muito mais cuidado que carinho, porque nesses casos razão vale mais que coração).


ps: espero que falar isso logo depois de o professor ter gostado da sugestão não seja queima-filme. rs

danilo disse...

Só pra complementar, acho que o custo da utilização do computador aumentaria bastante, porque precisaríamos pagar constantemente (mensamente, por exemplo) pela utilização da computação nas nuvens.

Tem o exemplo do telefone. Eles barateiam o custo do aparelho e cobram a diferença na ligação.